quarta-feira, dezembro 15, 2004

Para saberem do que estou a falar...

Para saberem do que estou a falar - e se ainda não perceberam... - vejam a edição de ontem (14 de Dezembro) do JN (o artigo sui generis sobre a Quinta das Celebridades numa das últimas páginas). Muito bom.

4 Comments:

At quinta-feira, dezembro 16, 2004 9:56:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Quem é que ainda não precebeu do que se está a falar?! Toda a gente conhece os comentários "sociológicos" da cabeleireira Goreti mas....já agora, quem é o Eduardo Rodrigues??? Será o manicure do salão da Goreti?!

MB...

 
At segunda-feira, dezembro 20, 2004 2:47:00 da tarde, Blogger MB said...

O\a MB anterior não sou eu... eu assumo todos os posts e coments que faço... Já agora, aceitam marcações no cabeleireiro da goreti? Ouvi dizer que em vez das caras e novas gentes tem na sala de espera as obras completas de bourdieu, habermas, focault...

 
At segunda-feira, dezembro 20, 2004 9:41:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Tou a ver que o código deontológico não tem servido de nada.Agora "lava-se roupa suja" graças ao tal Vitor Simões que resolveu publica-lo.Nunca pensei que esse post se tornasse tão polémico, ou será que estamos a falar de outro que desapareceu?!Muito melhor que o artigo da quinta das celebridades.Com esta história até a Goreti perde protagonismo.

Do/a MB... que não é o/a MB,tá?

 
At terça-feira, setembro 06, 2005 1:11:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Atento ao debate aqui presente sobre a adequação discursiva aos contextos e aos veículos de informação no campo sociológico, sinto-me motivado a participar.
Num momento em que a Sociologia nem sempre tem merecido a auscultação devida sobre muitos problemas sociais (substituída por discursos mais “populares” e “basistas”), urge encontrar as razões de tal “desprezo” algumas vezes gritante. Embora a tendência pareça inverter-se, a verdade é que nem sempre é pacífico (nos veículos de informação não especializados) um certo modelo de hibridez cognitiva, assente numa conceptualização elaborada que parece pouco preocupada em se fazer compreender quando se encontra perante veículos “generalistas” e “light”. De facto, a densidade conceptual de uma análise não se revela numa coluna generalista de jornal ou em citações avulsas, a não ser que haja necessidade de afirmar o que mais ninguém vê. Há outros locais e outros meios para o efeito.
Não deixa, no entanto, de ser um debate interessante: “Vale a pena legitimar “análises” sociais com um vocabulário menos denso teoricamente, tendo em conta o público-alvo, pretensamente menos munido?”. Eu até acho que não e tenho todas as reservas quanto à utilidade sociológica de tais análises. Mas, como também acho que a alternativa é muitas vezes pior… Valerá a pena assumir, ao invés, uma descolagem “provisória” e contextualizada das conceptualizações híbridas e do fechamento do campo, que muitas vezes aparenta esconder “elitismos ideológicos”? Penso que Braudel explica isto melhor do que eu.
De facto, em cada momento há um dilema: quando se aprofunda o discurso e a análise menos entendem o raciocínio (quando o há…); quando se aligeira a linguagem em função das características sociais do público-alvo (não só do jornal, mas do tema), desiludem-se as elites. Eu também prefiro a primeira. Mas a tentação de não ser um maçador enciclopedista a falar aos “peixinhos” também não é desprezível.
De facto, é híbrido o meio-caminho entre a “humildade intelectual” e o “pretensiosismo conceptual” que, muitas vezes, tentando fechar o campo, disfarça fragilidades empíricas e incapacidade compreensiva. Quem não se faz entender, dificilmente se entende a si próprio. E quem não ousa adequar um pouco o seu discurso ao público-alvo, promove uns bacocos “etnocentrismos cientifistas”. Mais uma vez, acho que o Braudel e o Popper explicariam isto melhor do que eu. Aliás, quem lê exames, sabe bem que, em muitos casos, os reis andam nus.
Muitas ciências sociais têm resistido pouco à tentação de se tornarem “mediáticas”. É mau. Mas também me parece que quando resistem, tendem a exagerar no fechamento em “arquipélagos” do saber. Repito: não ouso pensar em encontrar numa coluna de jornal (com citações avulsas e muitas vezes “ajustadas” à estruturação da peça jornalística) o âmago da análise sociológica. Essa pretensão poderia esbarrar com o raciocínio indecifrável que, como tal, se subverteria.
É um debate interessante, ainda mais “dentro” do campo sociológico. Eu tenho suficiente motivação epistemológica e ontológica para me disponibilizar para participar numa tal sessão de debate, repito, aberto ao campo e onde estas questões sejam problematizadas (sim, problematizadas, porque não ouso pensar que alguém já tenha descoberto as verdades absolutas…). De desafios também se faz o processo de discussão sobre a ciência.
Os meus cumprimentos (ou será melhor dizer: as minhas manifestações socialmente aceites de uma relação social assente no respeito pelas regras sociais vigentes, traduzidas em símbolos e práticas com conotações e denotações dominantes!!). Seja como for, os meus cumprimentos.
Eduardo

 

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