terça-feira, junho 27, 2006

Madeira 30 anos de A(uto)nomia

No ABC da sociologia aprendemos que a grande dificuldade em ciências sociais advém do facto do homem ser ao mesmo tempo o observador e o observado, recorremos então de uma série de ferramentas metodológicas para garantir a objectividade e enfrentamos o espelho. A dificuldade do desafio aumenta na razão directa da proximidade pessoal do objecto observado. Olhar a Madeira de fora, sem fazer juizos de valor, de forma completamente isenta é provavelmente o meu némesis sociológico. Não consigo ser isento, fazer uma análise clara, apelar à razão, quando assisto a ataques à liberdade de expressão, ao pluralismo politico! A Madeira não tem um regime de partido único, mas quase! Celebram-se 30 anos de Autonomia, mas este ano o porteiro da festa "reserva-se ao direito de admissão" o que em termos práticos significa que 45% dos madeirenses não estarão representados!
A autonomia(nomos em grego significa região, província, usos e costumes), que surgiu na Grécia antiga por oposição à alteronomia e anomia, é o direito de uma região governar-se por leis próprias. O conceito foi abastardado, as leis são realmente muito próprias, mas se temos autonomia em relação ao governo central, a alteronomia interna, por mais paradoxal que o termo pareça, é mais que evidente! Substituiu-se o colonialista pelo senhor feudal...
O governo regional, aprendeu com Scolari, distribuiu 74 mil bandeiras da região, uma por residência, para serem colocadas á janela como sinal de orgulho pela autonomia conquistada. Recebi a minha hoje... hei de a colocar na varanda... no dia em que a primeira página do jornal anunciar: "O Povo dá, o povo tira- Regime do PSD-Madeira derrubado pelo voto!". esse dia chegará, mais cedo do que estão à espera!

quinta-feira, junho 22, 2006

Hoje: Apresentação do novo livro de José Machado Pais

Realiza-se hoje, pelas 18h30, na Sala de Reuniões da FLUP, a apresentação pública do novo livro do sociólogo José Machado Pais, Nos Rastos da Solidão. Deambulações sociológicas. Publicado pela Ambar, este novo livro será apresentada pela Professora Isabel Dias.

A organização do evento é da responsabilidade conjunta da Ambar, do Instituto de Sociologia e do Departamento de Sociologia da FLUP.

A entrada é livre.

segunda-feira, junho 19, 2006

Lançamento do Livro da Professora Helena Vilaça

"Da torre de Babel às terras prometidas: pluralismo religioso em Portugal"

A sessão de apresentação terá lugar no próximo dia 21 de Junho, pelas 18h30, na FNAC de Santa Catarina - Porto.

A obra será apresentada pelo Prof. Doutor Manuel Villaverde Cabral.

“Da torre de Babel às terras prometidas: o pluralismo religioso em Portugal", de Helena Vilaça.
Edições Afrontamento

A entrada é livre.

domingo, junho 11, 2006

Novo artigo publicado na secção "Working Papers" do site do Instituto de Sociologia

Na sequência da visita ao nosso país e à Faculdade de Letras do sociólogo espanhol Miguel Martínez - o qual tem vindo a desenvolver trabalho na área da sociologia da cidade e dos movimentos sociais urbanos -, foi publicado na secção "Working Papers" do site do Instituto de Sociologia um novo texto, intitulado “La Especulación urbana: persistencias estructurales y resistencias sociales".

O texto pode ser consultado em http://www.letras.up.pt/isociologia/documentos/Especulacion.pdf



Secção "Working Papers" do site do IS-FLUP
http://www.letras.up.pt/isociologia/por/Workingpapers.htm

Site do IS-FLUP
http://www.letras.up.pt/isociologia

quinta-feira, junho 08, 2006

O síndrome do caricaturista

Intervalo do telejornal, nunca tive paciência para publicidade, agarrei o comando carreguei num botão e numa fracção imperceptível de tempo o canal mudou e com ele o mundo. Uma torre fumegante e ao canto direito do ecrã surge um avião... O resto da história já conhecem, viram com os próprios olhos, têm uma memória cronológica detalhada do que aconteceu, guardam a imagem da bola de fogo, do colapso das torres, dos gritos,, das faces de desespero, da avalanche de poeira a correr pelas ruas, do silêncio pontuado pelo som das sirenes de alarme, sobrepostas pelas palavras frenéticas do comentador . Tenho a certeza que conseguem invocar o arrepio que sentiram. Tudo isto faz parte da memória da nossa geração, conseguem relacionar-se com o evento de uma forma pessoal, faz parte da nossa memória individual e ao mesmo tempo da nossa memória colectiva.

Halbwach definiu esta memória colectiva como uma corrente de pensamento continuo, que não tem nada de artificial e hetero-imposto, uma vez que retém do passado apenas o que ainda está “vivo” e é capaz de se manter assim na consciência do grupo que viveu o acontecimento, que o mantém presente.

Com efeito, na nossa memória colectiva não existem linhas de separação traçadas como acontece na História. O presente não se opõe ao passado, como quando distinguimos dois períodos históricos próximos. Mas como esta memória assenta sobre um grupo limitado no espaço e no tempo inevitavelmente passará à “História” adquirindo um caracter Universal. As gerações vindouras irão apenas ter acesso às interpretações do acontecimento, a significados hetero-impostos, porque como sabemos a história veicula sempre as visões e pretensões daqueles que a registam.

Não tenho memória do 25 de Abril de 1974, tudo o que sei retive do discurso de terceiros, de visões pessoais de quem o viveu e do que é transmitido pela História. Vi imagens, ouvi testemunhos emocionados, mas por mais que tente, não consigo alcançar o que terá sido vivê-lo. Não sei o que é viver com medo e por conseguinte é-me difícil entender, como os Meninos de Huambo “o que custou a liberdade.” Mas guardo-a como um tesouro, como uma herança, porque felizmente a nossa geração tem o privilégio de contactar directamente com aqueles que a sonharam e alcançaram. Mas jamais saberei o que sente alguém desse tempo, quando ouve “Grândola Vila Morena”... A ponte 25 de Abril, nunca foi para mim Ponte António de Oliveira Salazar.

No pós 11 de Setembro tentam nos roubar um pouco dessa herança, de um momento para o outro inventaram uma nova espada de Démocles para nos manter controlados. Corremos o risco de passar às gerações futuras apenas a ilusão da liberdade, censura disfarçada pelo prefixo auto... Tal como a colega do Post anterior, não defendo a censura e por isso mesmo acho que tudo deve ser dito...

quinta-feira, junho 01, 2006

Conferência "Ambiente, sustentabilidade e políticas locais"

Conferência
"Ambiente, sustentabilidade e políticas locais"

Com a participação de:
Luís Filipe Menezes
(Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia)

No âmbito da disciplina de Ambiente e Sustentabilidade realiza-se uma aula/conferência, com a presença de Luís Filipe Menezes, Presidente da Câmara Municipal de Gaia.

O tema será "Ambiente, sustentabilidade e políticas locais". O Instituto de Sociologia, promotor do evento, convida todos os interessados à participação.

A conferência terá lugar hoje, dia 1 de Junho, às 15h30, no Anfiteatro Nobre da FLUP.

A entrada é livre e não requer qualquer inscrição.